domingo, 16 de agosto de 2009

JK e o otimismo


Eu ia falar hoje dos 100 anos de morte de Euclides da Cunha. Grande brasileiro. Fantástico. Mas infelizmente viveu e morreu de forma tão triste que me leva invariavelmente pra baixo....
Bão, fui ver uma apresentação de stand-up comedy em um restaurante e lá havia muitas fotos de JK e tinha até um mini-memorial bacanérrimo com movéis antigos e musiquinha da época. Me senti transportado, sabe? Para uma época mágica do Brasil, quando nunca foi tão bom ser brasileiro, nunca ganhamos tanta coisa e nunca tivemos tantos brasileiros também notáveis.
Eu vejo JK, eu leio JK e me sinto feliz por viver na cidade onde o jovem de Diamantina começou a esboçar em obras concretas os sonhos que ele tinha para o Brasil. É um orgulho, sabe? Ele olhava pra cima. Sempre. Mesmo no exílio, no frio dos apartamentos estranhos com mobílias esquisitas, ele tava legal. Pensa nessa piada agora. GENTE FOI UMA PIADA AGORA HÁ POUCO, BELEZA? Existiria Legião Urbana sem Brasília? O que será que Renato Manfredini Jr. faria se morasse no Rio? Sem querer desmerecer a cidade maravilhosa, mas será que fora do tédio do Planalto Central existiria o Renato Russo? Daquele jeito? Porque eu não vejo o Renato de bermuda e fazendo um som tipo Blitz...
Bom, voltemos ao homem...
Mas o que me encanta nele é a capacidade de ser tão humano numa época em que político era tão frio e formal. Nelson Rodrigues o chamava de "cafajeste dionisíaco". Foi precursor do estilo bêbado de Boris Yelstsin e do estilo pegador de Bill Clinton. Mas sempre do jeito dele. Mineirinho. Sem grande alarde...
Minha mãe conta uma história: que ele cumprimentava qualquer um que visse, dava um abraço, e perguntava baixinho no ouvido do interlocutor: Qual é o seu nome? A pessoa respondia e ele, e o malandro já respondia: Ó, fulano! Quanto tempo!? Você por aqui?!
JK, gosto dele por esse otimismo, por querer sonhar, por realiza-los. Por ousar olhar para o alto.
Com meu mais profundo respeito, fecho com uma frase dele que sintetiza tudo: " Porque isso - VITÓRIAS - nós a haveremos de ter. E grandes. (obrigado por me incluir nessa, viu?) Não assumi o governo de Minas para vir chorar como Jeremias. Assumi o governo para trabalhar. Para fitar um objetivo de enriquecimento e grandeza de Minas e meter mãos à obra, sem receios nem hesitações. O resto há de vir como já está vindo."

Um comentário:

  1. Lembrei de uma música... aliás, lembrei de um monte de coisa, mas se eu for escrever, ficaria maior que sua postagem hahaha então deixa só a letra... palavras tem vida própria...
    No novo tempo, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta.Pra sobreviver....
    Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
    Seja sempre um caminho que se deixa de herança
    No novo tempo, apesar dos castigos
    De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga

    é, é isso aí...

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